Para quem leu o texto de ontem, ou me acompanha nas redes sociais, sabe que ontem eu encerrei um ciclo definitivamente.
Após uma separação (fim de um ciclo), morei em um mesmo prédio por 3 anos (Trend, é o nome dele), e em 2 apartamentos diferentes no mesmo prédio.
Foi no Trend que muitos ciclos encerraram, e outros tantos iniciaram.
No Trend vivi grandes dores e grandes alegrias. Por que dores? Porque toda mudança dói, é assim mesmo, o crescimento dói, mas é aquela dor de quem está indo para o próximo degrau da escada.
Foi morando no Trend que fechei um ciclo de minha vida pessoal, e iniciei outro, de muita alegria, felicidade e amor. Foi no Trend que a família aumentou, com a chegada do Benjamin, nosso querido filho pet (um buldogue francês).
Mas a maior viagem de todas foi a interna, pois enquanto morei no Trend vivi meu maior período de transição, encerrando um ciclo de 20 anos de advocacia, escritório próprio, para de um dia para o outro estar em casa, em período sabático, caminho que escolhi naquele momento.
Morando no Trend descobri a terapia, e me joguei em uma longa jornada de autoconhecimento, estudando psicologia, neurociência, filosofia, comportamento humano, passando a conhecer melhor o ser humano, porque faz o que faz, e como faz, e com isso passando a me conhecer melhor.
Vendi o apartamento que morava até então, e embarquei no aluguel de apartamento já pronto para morar, mais um ciclo se encerrava, não queria mais viver o peso de um bem com grande parte de capital imobilizado, queria viver a agilidade de hoje morar aqui, amanhã poder morar lá.
Este ciclo encerrado não deixou somente apartamento próprio para trás, deixou uma vida de acúmulo também para trás, aquele empilhamento de coisas compradas, aquelas que você usa uma vez, se é que usa.
Ainda hoje pela manhã, antes de sentar para escrever, falava com um amigo e mentor sobre o minimalismo, foi um ciclo que se abriu para mim. E já esclareço aos desavisados, minimalismo não é o mesmo que “voto de pobreza”, é simplesmente eliminar o “entulho” desnecessário, passar a viver com aquilo que é efetivamente essencial.
A palavra minimalismo nem precisaria ser explicada, ao que me parece, mas aí já começa a aparecer o ponto que quero trazer neste texto. Você tem um preconceito sobre minimalismo, porque as pessoas na sua volta tem, é um preconceito que nasce da ignorância de alguns, e da preguiça de muitos.
Como assim?
Alguns ignorantes não conhecem algo, mas se é diferente daquilo que estão acostumados, deve ser ruim, então começa a atacar algo que nem conhecem. Aí entra os preguiçosos, simplesmente compram a ideia pronta dos ignorantes, não se dão ao trabalho de tentar entender o que é, vão no efeito manada mesmo, se os outros estão dizendo, deve ser assim mesmo.
Este modo de pensar e agir sobre as coisas é também o que te impede de encerrar ciclos, ao menos é um dos elementos de grande relevância.
Você conhece um modo de viver, ele é sua zona de conforto pessoal, mas mais que isso, é sua zona de conforto coletivo, pois é um modo de vida conhecido e aceito pelas pessoas que formam a sua ambiência: família, amigos, colegas de trabalho.
E assim você entra em um ciclo e não encerra mais, por um misto de ignorância e preguiça muitas vezes, e claro, sempre tem um terceiro elemento adicional a esta fórmula: o medo. Medo do novo, do desconhecido, do inseguro, do incerto, do diferente.
Quanto ao medo, para não me estender, ao me conhecer melhor, só tenho medo de uma coisa, estar no mesmo lugar daqui alguns anos.
Sempre digo, experiência não é somente passagem do tempo.
Dez anos em um mesmo ciclo, mesma vida, mesmas coisas, mesmo conhecimento, mesmo desafio, não são dez anos de experiência, mas sim um ano de experiência vivido dez vezes.
Dez anos de experiência requer crescimento, desenvolvimento, abertura e fechamento de ciclos, abertura para o novo, novos desafios, novas habilidades, novos conhecimentos, mundos novos que se abrem na sua cabeça.
Você até vê pessoas quebrando esta mesmice, saindo da zona de conforto pessoal e coletiva, vivendo uma vida incrível, você inveja, admira, mas ao mesmo tempo já busca mil razões na sua mente, ou na sua ambiência, para se convencer que que aquilo não é para você.
Por que não é para você?
Você é incrível, você é um em oito bilhões, peraí, deixa eu colocar em números para você entender melhor, você é 1 em 8.000.000.000, entendeu? Somente você é você, portanto é um indivíduo extremamente raro, valioso demais para se perder vivendo a vida igual a outros 8 bilhões.
Tudo está na sua mente, todos obstáculos ao encerramento de ciclos: medo, ignorância, preguiça. Estes te influenciam a te manter na zona de conforto pessoal.
E sua mente é alimentada por sua ambiência, que te influencia a permanecer na zona de conforto coletiva.
E lá se vai uma vida, um mesmo ano vivido incontáveis vezes.
Eu sei, você chegou neste ponto do texto pensando em ao menos um ciclo de sua vida que deveria ser encerrado (ou vários).
Não deixe esta pensamento de mudança morrer, deixe esta chama acesa, não escute sua ambiência, se necessário mude de ambiente, busque pessoas diferentes para seu meio, que possam lhe incentivar, que tenham já uma visão diferente.
Lembre-se, você não é oito bilhões, você não é a média de oito bilhões, você é UM em oito bilhões, é único, seja único na sua vida.
Se você pensou em encerrar um ciclo, já foi, somente tome a ação necessária.
Conte comigo!