Citra, Ultra, Extra: como nosso querer se relaciona com o Universo.

O que você está querendo da vida?

Será que está querendo certo?

O querer é fonte de suas ideias e imaginação?

Hoje te convido a refletir um pouco se você pode querer qualquer coisa da vida, se você sabe o que querer, e qual o processo do querer.

Não fez sentido nenhum? Vamos refletindo juntos, aos poucos.

Fundamentalmente, queremos ser felizes.

Mas daí já começa a primeira dificuldade. O que é ser feliz? O que devemos querer? Qual o pedido para o Universo, para Deus, ou o que seja que você acredite.

Hoje nossa sociedade costuma resumir que o objetivo a ser perseguido é riqueza financeira, pressupondo que chegando lá qualquer um será feliz. Será mesmo?

Não acredito em um objetivo final único para todos serem felizes, pois vemos muitas pessoas com dinheiro e se dizendo infelizes. Eu posso falar por mim, encerrei uma carreira de 20 anos de advocacia, com extremo sucesso financeiro, dono de meu próprio escritório, pois estava extremamente infeliz, estava totalmente desconectado de propósito de vida.

Então, somente por aí, penso que já podemos adotar a premissa de que dinheiro não é a única resposta, outros objetivos e razões podem conduzir as pessoas à felicidade.

Meu estudos de Human Design apontam que as pessoas tem desenhos energéticos diferentes, e que sua intuição, provavelmente movida por sua alma, direciona elas para sua vida única, cada um tem uma jornada específica, e ela levará com certeza para objetivos diversos.

Neste caso, assumindo que pessoas diferentes serão felizes de formas diferentes, com objetivos diferentes, sabemos que não deveríamos, então, todos querermos a mesma coisa.

Não adianta todos nós focarmos no dinheiro. Primeiro, porque acredito que o mundo não tem condições de ter a população de 8 bilhões de milionários (ao menos é meu palpite), e segundo, porque sendo diferentes, muitos de nós terão mais satisfação e felicidade através de outros valores, que não o dinheiro.

E como sabemos que o nosso objetivo principal não é o dinheiro? Isto é uma jornada, pois a vida é uma jornada de experiência, e sempre vivida no momento presente. Portanto, cada um tem de fazer seu caminho e suas experiências, ou então tentar cortar caminho através de profundo autoconhecimento.

Eu experimentei décadas de objetivo focado no dinheiro, fui infeliz, e quase terminei vítima de um infarto. Somente depois disso mergulhei no autoconhecimento, e ficou muito claro que tenho valores que superam o dinheiro.

Entendi que a vida vale pelo tempo, e tenho de vender ele, abrir mão de parcela de liberdade, pelo dinheiro. Particularmente, prefiro preservar grandes parcelas do meu tempo, a liberdade é mais cara para mim do que o dinheiro.

Só preciso acertar a equação certa, e esta se dá por um critério de suficiência. Riqueza financeira não é ter dinheiro infinito, mas sim ter dinheiro suficiente.

Ser rico não tem a ver com números absolutos, é muito mais uma relação de suficiência, de não precisar ter.

A partir do ponto que não preciso ter, obtive minha liberdade.

Mas eu quero levar a reflexão para outro aspecto.

Vamos partir da premissa de que entendemos que temos caminhos e objetivos finais diferentes para buscarmos nossa felicidade pessoal.

Então vamos pedir coisas diferentes para o Universo, Deus, para alguma fonte que acreditemos. Muito se fala na técnica da manifestação, que envolve elementos da física quântica, mas que tem muita vinculação com sugestionar positivamente nosso subconsciente, ou seja, criamos um estado emocional positivo que afasta crenças limitantes, e cria crenças de poder, e visualizamos e manifestamos cenários de sucesso, desenhando mentalmente aquilo que queremos, nos comportando como se tivéssemos conseguido.

Tudo isso envolve um querer, que está atrelado a um sonho. As formas de manifestar este querer é que podem ter variações, conforme aquilo que acreditemos.

Mas então vamos pensar, o que queremos é algo inventado por nós? Temos a total autonomia de inventar algo que queremos?

Como falamos acima, sabemos que somos felizes de diferentes maneiras, o que, pelo Human Design, decorre de nosso mapa energético, que indica nosso sistema intuitivo encarregado por nossas decisões, e essas, se respeitadas por nós, vão nos levando para aquilo que é melhor para nós, que nos tornará realmente felizes.

Mas neste caso, pensando em termos da técnica da manifestação, nós livremente visualizamos e manifestamos para o Universo (vou a partir de agora citar uma fonte só, para não ficar repetindo tudo) aquilo que queremos, e o Universo vai se movimentar para nos entregar?

Ou quem sabe o Universo já tem desenhado nos entregar o que queremos, envia os sinais através de nossa intuição, e espera que façamos movimentos para ir atrás daquilo que já é nosso por destino, por direito?

Acredito que é uma boa reflexão.

Ao refletir sobre este ponto, me lembrei de conceitos do Direito (lembram né, fui advogado por 20 anos). No Direito, ao se analisar uma sentença, diz-se que ela pode ter algum “defeito”, três deles são: citra petita, ultra petita, extra petita.

O que significam? Vamos lá. Citra petita, quando o concedido na sentença fica aquém do pedido. Ultra petita, quando a sentença concede algo além do pedido. Extra petita é quando é concedido por sentença algo totalmente diverso, estranho ao pedido.

E o nosso querer com o Universo, em perspectiva com aquilo que recebemos dele, pode ter os mesmo vícios?

Penso que sim. Mas acredito que na nossa relação com o Universo o vício não está no que recebemos, mas sim efetivamente no que pedimos, e como pedimos.

Citra petita. O que recebemos está aquém do que pedimos. O Universo pode estar nos mandando o sinal de que aquilo não nos fará felizes.

Ultra Petita. Podemos nem ter pedido algo, mas estar recebendo, porém este recebido não está conectado com o nosso querer, não nos tornará mais felizes, a fonte provavelmente é uma atividade nossa desconectada com nosso querer, pode estar vinculada a ego e condicionamento social, e buscar isso pode nos cobrar um preço mais para frente.

Extra Petita. O Universo mandando um forte sinal de que o que estamos pedindo está muito desconectado com aquilo que realmente nos fará felizes.

O Universo é inteligente, e está intimamente ligado com nossa inteligência intuitiva, através de energia, alma, inconsciente coletivo, várias formas de explicação para este fenômeno.

Ao contrário dos vícios de sentença no Direito, na vida, quem se equivoca somos nós.

O Universo está sempre certo.

Precisamos aprender a pedir.

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