Boas vindas! Quando a competição é somente consigo mesmo.

Oi, fico muito feliz que você esteja neste espaço comigo.

Este é um espaço mais próximo, com maior liberdade de número de caracteres para expressar ideias, e sem eventuais filtros de assuntos e palavras dos algoritmos das redes sociais.

Além disso, você chegou até aqui porque realmente tem alguma conexão comigo, meu conteúdo, minha jornada, minha história, enfim, algo te levou a me acompanhar, e se inscrever para acompanhar minha newsletter.

E neste espaço não há necessidade de uma comunicação rápida, necessária para buscar atenção de mentes desfocadas e distraídas nas redes sociais.

Nas redes sociais as pessoas costumam pular de um conteúdo para outro muito rápido, há quem diga que há uma “regra dos 3 segundos”, que produtores de conteúdo, como eu, tem somente 3 segundos para prender a atenção de alguém…

3 segundos??!!

O que se fala em 3 segundos? O que consigo escrever para alguém ler em 3 segundos e manter atenção na minha mensagem?

Mas enfim, nas redes sociais as pessoas costumam agir como diante de um caça-níqueis de cassino, sabe aquela máquina que você vai puxando uma alavanca e tenta enfileirar 3 figuras iguais para ganhar o prêmio?

Este jogo é dopamina pura, causa aquela emoção da antecipação de uma possível recompensa. E não por acaso as redes sociais foram construídas da mesma forma, já percebeu? “Puxamos” a tela para baixo, como a alavanca, esperando pelo prêmio, novas curtidas, fotos, vídeos, e a dopamina nos move adiante, de forma sucessiva e incessante.

Opa! Mas agora eu mesmo me distraí.

Gostaria de começar o envio da minha newsletter abordando um assunto que tenho buscado da melhor forma abordar nas redes sociais, que é a busca por mais.

Mais vida, mais sentido, mais propósito, mais felicidade, mais sucesso, mais realização, mais movimento, mais, mais, mais.

E para isso temos de refletir porquê as pessoas, apesar de quererem ser felizes, não buscam este “mais”, mas se perdem no mar do marasmo, do mais do mesmo, no morno de uma vida normal, abrindo mão do calor de uma vida extraordinária.

Poderia abordar este assunto de mil formas diferentes, mas escolhi uma forma, que me ocorreu hoje ao acompanhar a disputa da Ginástica nas Olimpíadas.

Estava assistindo a “Prova da Trave”, e mais uma incrível disputa entre ginastas fenomenais, e vendo de perto todas ações e reações da nossa super atleta brasileira Rebeca Andrade, e a grande atleta norte americana Simone Biles.

A Simone Biles caiu da trave durante a sua apresentação, mas Rebeca Andrade claramente não comemorou o infortúnio de sua “adversária”, pelo contrário, seu olhar e expressão facial deixavam muito claro que torcia para que Simone fizesse sua apresentação sem falhas.

E eu não vi isto somente neste enfrentamento, mas em tantos outros ao longo de toda a Olimpíada.

Lembro de estar assistindo as provas de skate, e ficava claro que uns atletas torciam para que os outros fizessem sua execução corretamente.

Claro que todos queriam ganhar, e queriam que a sua execução fosse superior, mas claramente não queriam que sua vitória fosse resultado de um grande erro do “adversário”.

Na torcida vemos o contrário, as pessoas torcendo para que os adversários de seu atleta favorito caiam, errem, falhem, para que possam ver seu herói triunfar.

Mas a torcida não está comprometida, só está ali pela diversão de um momento, por isso não tem a mesma mentalidade do atleta.

Sempre que citei “adversário”, cuidei de colocar entre aspas, pois percebo claramente que os atletas de ponta não consideram assim os demais competidores, não entendem que são seus inimigos, opositores, mas sentem que são seus parceiros em uma arte, que é o esporte de cada um.

O atleta olímpico busca sua melhor versão, ele quer elevar seus limites físicos e mentais, para desafiar os limites do próprio esporte, quer mostrar o quão rápido, ágil, forte, pode ser.

Os atletas não estão preocupados em derrotar os outros, mas somente em vencer, mas a vitória é sobre os limites do próprio corpo, do próprio esporte.

Através da excelência, de uma entrega total, de um esforço focado, concentrado, os atletas se elevam a patamares extraordinários, e com isso querem mostrar que a sua melhor versão pode ostentar uma medalha de ouro no peito.

Atletas deste nível não estão preocupados com a vitória em si, para eles não basta ser apontado como o melhor quando isto decorre de falhas dos demais competidores, pois diz pouco para eles, somente diz que triunfaram quando todos mais erraram, falharam.

O atleta não busca unicamente a vitória, claro que ele não a despreza, mas o que causa sua maior felicidade e realização é saber que sua melhor versão chegou a um patamar acima que a melhor versão de seus competidores.

Novamente, a vitória não está em ficar em primeiro lugar, a vitória real está em o atleta saber que sua melhor versão se tornou mais extraordinária que a melhor versão dos demais.

A disputa não é entre os competidores, a disputa é puramente individual, um corredor não quer ser décimos de segundo mais rápido que seus “adversários”, ele quer ser o atleta mais rápido

Como eu já disse, não se trata de vencer ao outro, se trata de ser sua melhor versão.

E na vida comum das pessoas? Agem assim?

Entre as pessoas, na vida, costumo ver o comportamento do torcedor muito mais presente que o comportamento do atleta.

Quem almeja subir na sua empresa, costuma ficar feliz com os erros dos outros, facilitando sua promoção, ainda que não seja o mais competente. E podemos multiplicar esta situação para diversas outras.

Neste modelo de pensamento, você não disputa consigo mesmo, portanto não busca sua melhor versão, você fica satisfeito por conseguir vitórias ao capitalizar o erro dos outros em seu favor.

Que efeitos nocivos este “efeito torcedor” pode trazer para você?

Vou abordar alguns.

Um dos efeitos, quando você conquista algo sem ter se elevado a um alto nível, mas meramente por ter capitalizado erros dos outros, é que provavelmente se agarrará nesta sua conquista, que pode ser um cargo dentro de uma empresa, como se fosse uma “tábua de salvação”, pois você sabe que não foi exclusivamente por méritos, e daí surge o medo de perder.

Olha aí o grande inimigo, o medo. E este medo pode lhe causar grande estresse nesse cargo, pois você vai começar a imaginar que o mesmo que te levou a ele pode te tirar dele, que qualquer erro será fatal.

Você não se sente no nível de competência pessoal compatível, você ganhou a “sua medalha de ouro” por erros dos outros, então não se sente merecedor.

E se este “efeito do torcedor” vira sua mentalidade padrão, você vai deixando de se desenvolver, você deixa de buscar a excelência, começa a virar um vasculhador de erros, buscando ressaltar a negatividade, para que em meio a ela você possa parecer a opção “menos pior”, e assim atingir as vitórias profissionais e pessoais que busca.

E à medida que as pessoas em geral aderem a este “efeito do torcedor”, vamos criando um mar de mediocridade, pois todos vamos deixando de buscar nossa melhor versão, somente passamos a nos preocupar em um ambiente de negatividade, torcendo por falhas, e nos tornando hábeis em encontrar e apontar erros dos outros.

Vivemos um ambiente de negatividade, e do sucesso do “menos pior”.

Esta espiral começa a girar e puxar tudo para baixo.

Os atletas olímpicos tem a sabedoria que as pessoas comuns não costumam ter, e não à toa são atletas olímpicos.

Quem torce pelos demais competidores, eleva o jogo, pois continua querendo vencer, mas para isso tem de crescer, elevar suas competências a níveis extraordinários.

Quando a competição não é de uns contra os outros, mas uma verdadeira colaboração de incentivos e inspiração, todos vencem as barreiras de seus próprios limites e atingem suas melhores versões.

Alguém tem dúvidas de que todos atletas olímpicos, medalha de ouro, prata, bronze, ou mesmo aqueles que não sobem ao pódio, são pessoas efetivamente extraordinárias dentro de suas competências?

Aproveite o momento das Olimpíadas, se inspire nestes super humanos, e crie o seu próprio comportamento de excelência.

Busque vencer na vida sendo sua melhor versão!

Uma ótima semana!

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